• Dario PAX
  • Oticas Floriano
  • Posto Aliança
  • Paraiba
  • Garoto
  • Paraiba
  • Oticas Floriano
  • Garoto
  • Posto Aliança
  • Dario PAX

Sarah Menezes é uma judoca de verdade, daquelas que caem, se levantam, ajeitam o quimono e focam na próxima luta. Mas, algumas vezes, outra queda vem logo a seguir e fazem com que sonhos não sejam atingidos. Pouco mais de três horas depois de ser batida pelo cubana Dayaris Meste Alvarez, na manhã deste sábado, nas quartas de final da Olimpíada do Rio e desperdiçar a grande oportunidade de ser bicampeã olímpica, a peso-ligeiro (até 48kg) voltou ao tatame da Arena Carioca 2 para buscar a medalha de bronze e se esforçou para vencer a mongol Urantsetseg Munkhbat, campeã mundial em 2013. Mas a piauiense não conseguiu se encontrar, caiu no jogo de chão da rival e foi superada pela asiática por finalização (chave de braço), ficando a uma luta da disputa pelo pódio. Defensora do título, Sarah deu adeus na sétima colocação da Rio 2016. Tamanha foi a força feita pela asiática que a piauiense de 26 anos precisou passar por atendimento, no setor médico do local de disputas do judô, para examinar o seu braço direito.

2016 08 06t184024z 1015399866 rioec861fuuty rtrmadp 3 olympics rio judo w extralightSarah Menezes judô (Foto: Reuters)

Na chave masculina, Felipe Kitadai, bronze em Londres 2012, começou muito bem a sua trajetória nos Jogos do Rio, avançou com duas consistentes vitórias para as quartas de final, porém, acabou sendo derrotado pelo forte Orkhan Safarov, do Azerbaijão. Ele também terá de buscar seu segundo pódio olímpico através da repescagem. A luta que pode o colocar na disputa de medalha é contra Diyorabek Urozboev, do Uzbequistão.


As lutas de Sarah no Rio
Por ser cabeça de chave, Sarah pôde apenas observar as lutas da primeira rodada e estreou na segunda fase. O sorteio, porém, não foi dos melhores e a colocou para encarar logo de cara a perigosa Van Snick.
Antes de entrar na área de luta, a brasileira foi bastante ovacionada pela torcida. Sarah entrou empolgada, mas encontrou dificuldades para impor sua pegada nos primeiros minutos. Forte fisicamente e mais alta, a belga tentou projetar Sarah sem sucesso e acabou dando brechas para que a campeã olímpica encaixasse um golpe de quadril e jogasse a rival de lado no solo, ganhando um yuko.
Nos últimos dois minutos de luta, a piauiense soube usar a vantagem a seu favor e travou as ações da oponente, deixando o tempo passar, mas sempre mostrando agressividade e busca por golpes para não ser punida por falta de combatividade. Em uma dessas tentativas de entrada, Sarah chegou a ganhar um yuko, mas a arbitragem voltou atrás. Eram os segundos finais! A vitória era da brasileira, que segue fortalecida em busca do seu segundo ouro olímpico.
O duelo de quartas de final parecia não ser muito complicado para Sarah, que domina há muito anos as competições pan-americanas. Mas a cubana Mestre Alvarez fez um luta muito boa taticamente e bloqueou as principais ações da brasileira desde o início. Irritada sem conseguir encaixar sua pegada, a campeã olímpica tentou ser mais veloz que a oponente, mas ela sempre era travada. Alvarez conseguiu forçar uma punição de Sarah e acabou com a vitória e vaga na semi.

Na luta pela repescagem, Sarah e a mongol Urantsetseg Munkhbat travaram uma disputa intensa por pegada no primeiro minuto. Como nenhum das duas entrava golpe, o juiz as puniu por falta de combatividade. O cronômetro corria e a luta continuava transcorrendo da mesma forma. A torcida cantava e incentiva a brasileira, que passou a ser mais agressiva.
Faltando 1m39s, Sarah quase encaixou um estrangulamento, mas a asiática aguentou e conseguiu se livrar da técnica da campeã olímpica. Pouco depois, a piauiense recebeu o troco. O seu braço direito ficou preso, mas a mongol não conseguiu apertar com tanta força e judoca da casa escapou. Nos segundos, finais Munkhbat pegou com tudo o braço de Sarah em uma chave de perna, mas a brasileira foi muito guerreira, aguentou a dor e levou o combate para o golden score. Quem pontuasse primeiro iria para a decisão do bronze.
No desempate, a veterana mais uma vez usou o seu habilidoso jogo de chão e finalizou Sarah com uma chave de braço. A brasileira ficou caída no solo e recebeu o carinho da torcida brasileira, que gritou efusivamente "Olê, olê, olá, Sarah, Sarah", para depois aplaudir bastante a menina de Teresina que faz parte da história do esporte brasileiro.

 

Fonte: G1