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Diretor-executivo do São Paulo, Gustavo Vieira de Oliveira voltou nesta quinta-feira de Portugal, de onde trouxe a notícia mais esperada pelos são-paulinos nos últimos tempos: a contratação do zagueiro Maicon. O dirigente foi quem conduziu todo o desgastante processo de negociar com o Porto, famoso por fazer jogo duro. O sucesso na empreitada rendeu montagens bem humoradas dos torcedores destacando seu poder de negociação. Mas Gustavo, irritantemente discreto, não se empolga.

5775cc6cc4f92Gustavo Vieira de Oliveira (Foto: Angelo Martins)

O homem que pensa o futebol do São Paulo falou de Maicon, da renovação de Ganso, da expectativa para a semifinal da Libertadores e deixou aberta a possibilidade da chegada de reforços até lá. Confira abaixo os principais trechos.

Você acabou de fechar uma negociação que aliviou o torcedor. Como saiu dela?
Para mim e para as pessoas envolvidas foi uma negociação importante, que pelo tempo que se colocou, faltando alguns dias, e tendo uma semifinal e eventual final de Libertadores, causou certa angústia. Mas o modo como a gente encara negociações de menos repercussão, às vezes zero, foi o mesmo. Nessa teve mais visibilidade, pela situação do atleta e logicamente o anseio da torcida. Foi feito por atender a expectativa do torcedor.

E as condições satisfizeram ao São Paulo?
Se não tivesse satisfeito, o negócio não teria saído (risos). A gente encontrou um modelo interessante. Tão importante e proporcional ao jogo mais importante do ano e tão próximo. E também de encontrar soluções onde elas não são evidentes. Ter ganhos indiretos. Futebol tem que ser criativo e encontrar soluções. Você tem que ter convicção e a gente estava muito convicto de que a permanência nos traz um ganho como atleta, personagem da torcida.

Até que ponto esse investimento alto (cerca de R$ 22 milhões) compromete a situação financeira do São Paulo?
Temos muito clara as limitações financeiras. São restrições importantes e que limitam muitos movimentos. Mas também acredito que o futebol do São Paulo, o engajamento, o envolvimento do torcedor, nos permitiu sair do zero no início do ano e gerar resultados. Renda direta, seja com bilheteria ou premiação, a torcida nos empurrando foi capaz desse movimento de gerar recurso para investir. Resultado esportivo e esse apoio do torcedor foi revertido na contratação do atleta que a própria torcida queria.

Esse investimento ainda deixa potencial para tratar de outras coisas, como a renovação do Ganso, por exemplo?
Administrar futebol é conduzir as coisas. Agora, para nós, nesse semestre, vejo uma satisfação muito grande na nossa equipe de trabalho. Satisfação é por se ter apontado para um caminho bom. É ter conceitos fortes, estratégias bem claras. Modelo de gestão eficiente que pode trazer o resultado esportivo. Fazer certo não quer dizer que você vai ganhar. Mas fazer certo aumenta suas chances de ganhar. Então é nisso que a gente aposta. Boa parte do trabalho é invisível ao torcedor, de dia a dia, das pessoas que aqui estão. Muito harmonizado, criando ambiente para o atleta entrar e representar a torcida.

Como está a renovação do Ganso?
Como qualquer negociação a gente se reserva, será tratada no seu tempo. Os interesses estão postos, já se tornaram públicos. Mas, como toda negociação, peço a licença de não falar nada, só no momento certo, porque isso gera falsas expectativas. É conduzido, com calma, com as pessoas envolvidas, e isso chega a um bom termo e espero que chegue.

A situação do Calleri está sacramentada? Ele sai?
Hoje temos um contrato com o Calleri, que por causa da Libertadores se estendeu até o fim de julho. Hoje é com essa realidade que trabalhamos.

Depois daí...
A partir de agosto não temos mais contratos com o Calleri. Óbvio que teríamos interesse em tê-lo, mas sabemos que é um desafio muito grande. Diante de todas as circunstâncias.

A menos de uma semana da semifinal, ainda podem chegar reforços?
Há trabalho sendo desenvolvido. Recompor o elenco é uma atividade permanente, nesse momento de mercado se acentua, as oportunidades surgem. Pode ocorrer, pode não ocorrer. Vai depender do amadurecimento de certos negócios, especialmente do aproveitamento de oportunidades. E tem situações imponderáveis que a gente não controla. Se eventualmente a gente concluir e houver tempo, ótimo. Senão, continuamos montando elenco. Se não conseguirmos, temos a consciência de que o time da Libertadores está e foi o que nos trouxe até aqui. A gente confia.

A lesão do Ganso faz com que a diretoria teme que esse problema coloque em risco o trabalho?
O futebol é feito de momentos imponderáveis e circunstâncias que a gente não controla. Quando você tem muitos recursos, você trabalha com mais opções. A gente aposta muito no elenco, nesse espírito de competitividade, na simbiose com a torcida. Tenho certeza de que na parte final da Libertadores teremos o Morumbi lotado e essa é nossa principal força. Os 11 que entrarão são os que vão representar o torcedor.

Qual é a participação do planejamento na campanha da Libertadores?
Mais importante do que a final da Libertadores acho que, desde que houve a gestão Leco, a gente deixou muito claro, internamente, quais eram as estratégias para o futebol do São Paulo. Passa por integração de base e profissional, engajamento de sistema e forma de jogo. Passa pela noção de coletividade e responsabilidade de todos. E o fortalecimento da comissão técnica fixa, do financeiro, do administrativo. Essa é a força do São Paulo. Essas quatro estratégias norteiam tudo e qualquer decisão que o clube vai tomar. Acertar e errar é natural. Até porque o acerto no futebol muitas vezes é influenciado pelo resultado. Mas temos uma certeza dentro dessas nossas estratégias.

 

Fonte: Lancenet