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O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer críticas a obras audiovisuais que buscavam autorização da Ancine (Agência Nacional do Cinema) para captar recursos por meio da Lei do Audiovisual.

4eb40e54fbb8ffaeb145f4d4c06d67d5Foto: Marcos Correa/PR

Em uma transmissão ao vivo, ele citou filmes que envolvem temáticas LGBT e de sexualidade e disse que a agência não vai liberar verbas para esses projetos. Ele ainda disse que se a Ancine "não tivesse, em sua cabeça toda, mandatos", já teria "degolado tudo".

Hoje, a diretoria colegiada da agência tem três pessoas com mandatos de quatro anos. Procurado, o órgão disse que "não vai comentar os pronunciamentos do Presidente da República".

No vídeo, Bolsonaro defendeu que não está censurando o cinema. "Quem quiser pagar... a iniciativa privada, fique à vontade. Não vamos interferir nada. Mas fomos garimpar na Ancine filmes que estavam prontos para ser captados recursos no mercado. Olha o nome de alguns, são dezenas", antes de começar a listar as obras.

"Um filme chama 'Transversais'. Olha o tema: 'Sonhos e realizações de cinco pessoas transgêneros que moram no Ceará. Conseguimos abortar essa missão." A obra é uma série documental em cinco episódios, que se debruça sobre o cotidiano, as dificuldades, os sonhos e as realizações de cinco pessoas transgênero que moram no Ceará.

Um dos diretores do projeto, Allan Deberton afirma que inscreveu o projeto em março, e se surpreendeu com a demora do anúncio dos finalistas do edital, que nas edições passadas foi de um mês após as inscrições.

Ele desconfia que a série tenha sido selecionada para a banca final de seleção dos projetos quando foi encontrada por Bolsonaro. "O presidente escolhe o que ele quer e o que não quer. E isso é um indício de censura, estamos sendo lesados", afirma Deberton, que questionou a Ancine, mas disse que ainda não obteve uma resposta oficial.

Um outro título citado foi o filme "Afronte", dos diretores brasilienses Bruno Victor Santos e Marcus Azevedo, que mostra a realidade vivida por negros homossexuais no Distrito Federal. "Confesso que não entendi nada", disse o presidente.

E, em seguida, prosseguiu: "Olha, a vida particular de quem quer que seja, ninguém tem nada a ver com isso, mas fazer um filme mostrando a realidade vivida por negros homossexuais no DF, não dá para entender. Mais um filme que foi para o saco".

A API (Associação de Produtores Independentes do Audiovisual) se pronunciou contra as declarações de Bolsonaro. "Repudiamos tal atitude pois entendemos que não cabe a ninguém, especialmente ao presidente de uma republica democrática, censurar arte, projetos audiovisuais e filmes", afirmou em nota.

Fonte: Estadão Conteúdo