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Serenidade não costuma dar ibope nas redes sociais. Bom mesmo é fustigar, provocar, polemizar: dá curtida e seguidores no mundo virtual. Na vida real, às vezes dá até voto. Mas o mais comum mesmo é que dê dor de cabeça. Muita dor de cabeça. O governo de Jair Bolsonaro parece que tem exibido boas demonstrações disso. O último exemplo é a refrega com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da Câmara que vinha assumindo a condição de articulador da reforma da Previdência.

RodrigoMaia 092-Rodrigo Maia: "namorada" da reforma da Previdência, anunciou ao governo que deixa articulação (FOTO: Câmara / Divulgação)

.Vinha, porque Rodrigo ligou para o ministro Paulo Guedes – o “funcionário de Bolsonaro” para o setor – e disse que deixa a articulação. A gota d’água foi um post do senador Carlos Bolsonaro criticando Rodrigo. O post por si só já era um problema. Mas ele tinha um efeito maior ao, na prática, confirmar que ataques em série nos últimos dias contra o presidente da Câmara tinham o DNA de Carlos.

A “brincadeira” na rede social causou um vendaval no governo. Do Chile, Bolsonaro disse que não entendia a decisão de Rodrigo pois não tinha dado motivo para a desistência. Comparou o fato à situação de uma namorada que pede para acabar o namoro: se o namorado quer que ela fique, procura dialogar com a amada. O presidente disse que vai dialogar com o deputado.

É possível que Rodrigo volte à condição de namorada... quer dizer, de articulador, já que tem convicção – e não é de hoje – da necessidade de uma reforma da previdência como ajuste necessário para tornar o governo equilibrado e o país competitivo. Mas o episódio expõe as dificuldades de um governo que não consegue dialogar no tom certo com o Congresso e vê sua base cada vez mais dispersa.

Na prática, o governo está longe de reunir as condições para aprovar uma reforma que carrega um verniz antipopular. Sem apelo popular e sem diálogo com o governo, que deputado se disporá a abraçar a reforma?

Começa campanha ‘Fica, Rodrigo’

A decisão de Rodrigo Maia de abandonar a articulação da reforma da Previdência alarmou o governo. Bolsonaro fez afagos direto do Chile. Mas aqui começou uma espécie de campanha “Fica, Rodrigo”. Quem primeiro fez um post – sim, sempre os posts – foi o outro congressista do clã Bolsonaro, o deputado Eduardo. Ele rasgou elogios ao presidente da Câmara. Era uma espécie de pedido de desculpas pelas críticas do irmão senador.

Mas o apelo mais forte foi mesmo da líder do governo na Câmara, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) – também em um post na rede social. Com outras palavras, ela disse que a reforma é Rodrigo ou Rodrigo é a reforma. Sem ele, fica difícil a tramitação ter êxito. Ela não disse, mas é bom que seja dito: sem a reforma, o governo Bolsonaro perde muito do horizonte. E, na avaliação de técnicos de diversos vernizes, se o desfecho da tramitação for negativo, o Brasil também perde muito desse horizonte.

 

Fonte:cidadeverde.com