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O ex-senador Luiz Estevão foi transferido na manhã desta quarta-feira (9) para o Complexo Penitenciário da Papuda. Ele passou a noite na carceragem do Departamento de Polícia Especializada, onde se entregou na manhã desta terça passou por exame de corpo de delito. O cumprimento da pena acontece dez anos após a condenação. Nesse período, a defesa dele entrou com mais de 30 recursos para tentar evitar a prisão.

Estevão foi transferido somente nesta quarta porque a Vara de Execuções Penais expediu a autorização para que ele fosse levado para o presídio depois das 16h desta terça, quando não havia mais expediente administrativo no Centro de Detenção Provisória, onde ele foi alocado.

A transferência foi feita em um carro comum da Polícia Civil, que deixou o departamento às 9h30. Estevão cumprirá pena pela condenação, de 2006, imposta pela Justiça de São Paulo a 31 anos de prisão pelos crimes de corrupção ativa, estelionato, peculato, formação de quadrilha e uso de documento falso nas obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Dois dos crimes, quadrilha e uso de documento falso, podem estar prescritos e a pena final deve ser de 26 anos.

O ex-senador foi alocado no Bloco 5 do Centro de Detenção Provisória (CDP), na ala dos vulneráveis (destinada as preso idosos, problemas de saúde ou que corram ricos à integridade). No local, Estevão deve dividir cela com outros presos, uma vez que não há carceragem individual no CDP.

luizestevaoFachada da casa do ex-senador Luiz Estevão, no Lago Sul (Foto: Gabriel Luiz/G1)
Luiz Estevão se apresentou à polícia na madrugada desta terça, antes mesmo da chegada do mandado de prisão. Ele passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal por volta de 9h10.
O ex-senador afirmou que já andava com um pacote de roupas no carro para o caso de ser preso sem que tivesse tempo de passar em casa. "Todo dia, desde que o Supremo [Tribunal Federal] pediu minha prisão, eu já saía com uma mala no carro, com as minhas roupas, para caso eu fosse preso de dia", afirmou o empresário e ex-politico.

Questionado nesta segunda à noite sobre a determinação da Justiça de que seja preso imediatamente, Estevão declarou que ele e a família já esperavam o início do cumprimento da pena em regime fechado. "Um dia ela viria. Podia ser hoje, daqui um mês ou amanhã."

Perguntado se se arrependia dos desvios de verbas durante a construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, ele disse que espera um dia contar sua versão do caso. "A história do TRT é muito mal contada. Espero ter tempo e saúde para um dia esclarecer". Ele não quis dar detalhes sobre o assunto.

Na portaria da casa dele, foi deixado um bilhete com orientações a funcionários. “A partir das 22h se chegar algum policial perguntando se o sr. Luiz está em casa, é para dizer que sim e, se eles quiserem falar com o sr. Luiz, é pra chamar”, escreveu.

bilhete2Bilhete deixado na portaria de condomínio em Brasília onde mora o ex-senador Luiz Estevão (Foto: TV Globo/Reprodução)
Apesar de ainda haver recurso pendente, a prisão foi determinada porque o Supremo Tribunal Federal entendeu que as punições já podem ser executadas se forem mantidas pela segunda instância.
A prisão foi expedida no mesmo dia em que Luiz Estevão tinha obtido uma decisão favorável, um indulto perdoando a pena de 3 anos e 6 meses de prisão por falsificação de documento público, com base em decreto presidencial natalino. Estevão chegou a cumprir parte da pena na cadeia, mas depois foi liberado para prisão domiciliar, na qual estava até então.

Nesse caso, Estevão foi acusado de alterar livros contábeis para justificar dinheiro de obras superfaturadas para construir o prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, da qual teria sido desviado R$ 1 bilhão.

Horas após ser divulgada a determinação da Justiça Federal, havia pouca movimentação em frente à casa de Estevão. O G1 presenciou um carro entrando e saindo da casa em menos de dez minutos, e um grupo de cinco fotógrafos e cinegrafistas de plantão.

 

Fonte: G1