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A mulher do ex-governador Sergio Cabral (PMDB), Adriana Alcelmo, foi alvo de condução coercitiva nesta quinta-feira (17), ou seja, conduzida pela Polícia Federal para depor sobre as investigações que culminaram na prisão do marido pela Operação Lava Jato. Ela é citada nos dois despachos que decretaram a prisão preventiva de Sergio Cabral: um do juiz Sergio Moro, de Curitiba, e outro do juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

rj operacao mulher de cabralA mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, chega à PF para prestar depoimento (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
Cabral e mais oito foram presos na Operação Calicute, por suspeita de desvios em obras do governo estadual feitas com recursos federais. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.
Suspeitas
Adriana é suspeita de lavagem de dinheiro e de ser beneficiária do esquema criminoso. A ex-primeira dama é advogada e sócia-proprietária de um escritório de advocacia no Rio. No âmbito da Operação Lava Jato, os investigadores identificaram pagamentos feitos por Adriana em dinheiro vivo e afirmam que a lavagem se daria pela aquisição de bens, também com pagamentos ou depósitos em espécie.

Segundo o MPF, onze pagamentos feitos por Adriana a fornecedores ocorreram entre dezembro de 2009 e agosto de 20015, totalizando R$ 949.985,01. Entre os objetos comprados estão móveis, dois mini bugs e equipamentos gastronômicos.
“Pagamentos vultosos em espécie, embora não sejam ilícitos, constituem expediente comumente utilizado para prevenir rastreamento e ocultar transações financeiras”, escreveu o juiz Sergio Moro.
Para Moro, as transações parecem ter sido feitas de forma a evitar uma possível fiscalização do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que recebe informações relativas a movimentações superiores a R$ 10 mil.
No caso de Adriana, depósitos para o pagamento de móveis em uma empresa de marcenaria foram feitos em parcelas de aproximadamente R$ 9 mil, em diversas parcelas e mais de uma parcela no mesmo mês.
Segundo Moro, a “explicação provável” para as operações seria “a intenção de ocultação e dissimulação, indicativo da origem e natureza criminosa dos valores envolvidos”.
Já no despacho de Marcelo Bretas, Adriana é citada como “Dri” ou “Adri”, como ela estaria identificada em e-mails e documentos contendo os beneficiários dos repasses de valores por Carlos Bezerra, apontado como um dos operadores financeiros do esquema.
Segundo os investigadores, ela não foi apontada por delatores como participante dos acordos de propina, porém, seu nome foi relacionado a “episódios de repasse de dinheiro”.
Os investigadores citam um pagamento de R$ 30 mil que teria sido feito a “Dri” pelo investigado Carlos Bezerra e dizem que a fatura de seu cartão de crédito foi paga por Sonia Baptista, que foi assessora parlamentar de Sérgio Cabral quando ele era senador. Eles também investigam se depósitos em espécie de R$ 25 milhões, ainda sendo analisados, da empresa Trans-Expert. Uma cópia da declaração de imposto de renda de Adriana foi apreendida na sede dessa empresa.
Ainda conforme os investigadores, a mulher de Cabral tinha como clientes de seu escritório de advocacia empresas envolvidas nos repasses suspeitos, como o Banco Schain.
Pedido de prisão e condução coercitiva
Moro não decretou a prisão de Adriana, pois não houve pedido, mas mandou bloquear suas contas até o montante de R$ 10 milhões.
No Rio, houve o pedido de prisão, que foi negado pelo juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, entendeu que Adriana “aparentemente foi diretamente beneficiada por ditos ilícitos”, porém, sua “eventual participação no esquema delituoso não justificaria a decretação de sua prisão temporária, sendo suficiente, por ora, a determinação de sua condução coercitiva para que preste imediatamente os devidos esclarecimentos aos órgãos de investigação”.
“Trata-se de medida menos drástica e que poderia, dependendo da colaboração da investigada, substituir eficazmente a prisão temporária requerida”, decidiu o juiz.
Defesa
A defesa de Adriana Anselmo informou que só vai se pronunciar na sexta-feira (18).

 

Fonte: G1