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O ministro Luís Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu negar dois pedidos da coligação de Fernando Haddad (PT) para suspender inserções televisivas do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. As peças publicitárias afirmam que o petista quer "desarmar a população" e o associam ao ex-ministro José Dirceu e ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

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As inserções televisivas foram veiculadas na última sexta-feira, 12. Para a coligação de Haddad, a propaganda de Bolsonaro procura atingir sua honra e marcar de forma negativa o projeto de governo e a trajetória do PT.

"O Haddad tem cara de bom moço, mas você parou para pensar o que o Haddad está carregando com ele?", indaga a propaganda de Bolsonaro, que associa o petista às imagens de Dirceu e Maduro.

Na segunda peça contestada pela coligação de Haddad, a campanha de Bolsonaro diz que "Haddad quer desarmar a população", enquanto Bolsonaro "acredita que o cidadão deve ter o direito a legítima defesa". A inserção também afirma: "A esquerda defende a legalização da maconha e do aborto. Bolsonaro é radicalmente contra as drogas e para ele o direito a vida é sagrado".

Para o ministro Luís Felipe Salomão, as duas propagandas de Bolsonaro veiculam conteúdo inerente "ao debate político-eleitoral e condiz com o horário gratuito, alcançado, portanto, pelo exercício legítimo da liberdade de expressão e opinião".

"É certo que, no ambiente democrático, as diferenças aparecem por ocasião da campanha eleitoral, e mesmo que a propaganda transmita mensagens provocantes ou desagradáveis ao adversário, é forçoso reconhecer que faz parte do discurso político", concluiu o ministro, em decisões assinadas no domingo, 14.

 

Estadão Conteúdo

Responsável pelo marketing da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), o jornalista Lula Guimarães, 51, afirma que o atentado à vida do deputado Jair Bolsonaro (PSL) foi o fator decisivo que o colocou no segundo turno.

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"A facada atingiu mais o Alckmin do que o Bolsonaro", diz. "Interrompeu a possibilidade de mostrar quem Bolsonaro é realmente."
Segundo o jornalista, a forte presença nas redes sociais foram importantes para o candidato do PSL, mas a cobertura jornalística do atentado o ajudou muito mais. "Somente na Globo teve mais de três horas de exposição", diz. "Nenhum candidato teve isso."
Sobre os erros do PSDB, Guimarães diz que o partido não fez a autocrítica que cobrou do PT, citando as acusações envolvendo Aécio Neves e outros líderes tucanos.

Bolsonaro obteve uma votação impressionante sem ter tempo no horário eleitoral e com uma campanha focada nas redes sociais. O marketing político como conhecemos morreu?
Guimarães - Acho que não. Imagine se o Bolsonaro tivesse dois minutos de televisão no horário eleitoral. Provavelmente venceria no primeiro turno. Teria feito diferença. O Haddad teve a candidatura lançada pouquíssimas semanas antes da votação. Se não fosse a televisão, não teria crescido como cresceu. As redes sociais não bastariam.

O atentado foi decisivo?
Guimarães - Foi decisivo para o resultado do Bolsonaro. O colocou no segundo turno. A facada atingiu mais o Geraldo Alckmin do que o Bolsonaro. Em pouquíssimos dias de campanha, a rejeição do Bolsonaro subiu bem. Ele também se expôs em dois debates, passando a imagem de completo despreparo. A facada interrompeu a desconstrução da sua imagem. Interrompeu essa possibilidade de mostrar quem ele é realmente. Numa campanha curtíssima, passou a ser poupado. Foram duas semanas perdidas.

E a cobertura do crime?
Guimarães - Bolsonaro passou a ter um espaço enorme na televisão. Somente na Globo, por conta do atentado, teve mais de três horas de exposição. Nenhum candidato teve isso. Foi o maior tempo de TV disparado, o dobro dos outros. Uma mídia que tem muito mais credibilidade do que a propaganda. E mais, em um processo de vitimização. Era a luta de um homem pela vida. Então, não é verdade que Bolsonaro chegou ao segundo turno por conta da internet apenas, ainda que tenha conseguido uma exposição extraordinária nas redes sociais num trabalho que começou lá atrás. A TV, involuntariamente, o ajudou muito.

De qualquer modo, Alckmin teve um tempo enorme no horário eleitoral.
Guimarães - A Folha se equivocou ao dizer que o Alckmin tinha um latifúndio de tempo na TV. Teve cinco minutos e meio. Dilma teve 11 minutos e meio em 2014. O tempo disponível para os candidatos na eleição passada era de 25 minutos, o dobro de agora. E a campanha era mais extensa, com 15 dias a mais.

Mesmo não sendo um latifúndio, Alckmin teve um tempo muito maior do que os outros. Você saiu de uma vitória em primeiro turno com João Doria dois anos atrás. E agora seu candidato teve um desempenho pífio. O que ocorreu?
Guimarães - O marketing é apenas um dos fatores em uma campanha. Eleição é como um acidente aéreo, não há uma única causa. Alckmin é um moderado num momento em que o Brasil pede alguém com posição mais histriônica.
Além disso, há o fato de que o PSDB não fez a autocrítica que cobrou do PT. Aécio Neves e outros líderes estão envolvidos em escândalos, e o partido não se posicionou contra eles. O tamanho da derrota do PSDB no país é reflexo disso. Houve ainda uma série de boatos disseminados na internet pelos adversários contra o Alckmin. Isso tudo se combina com um candidato e um partido sobre o qual recaem em São Paulo uma certa fadiga de material. Há sempre um assunto que comanda a eleição, mais do que as ferramentas. O momento social e econômico fala mas alto que a comunicação. Os marqueteiros influenciam, mas com limitação. E a pauta desta eleição é a mudança dos políticos.

Estava certo, então, FHC, do ponto de vista da comunicação, quando pensou no Luciano Huck, um nome novo?
Guimarães - Luciano é um cara muito talentoso. É excelente comunicador e tem muitas qualidades, mas não conheço sua capacidade administrativa. É lamentável saber que as pessoas foram buscar o novo apenas pelo impacto da empatia que podia ter na comunicação. Sem se preocupar com o preparo administrativo, com o preparo técnico. Huck seria um ótimo produto eleitoral, mas estamos escolhendo o presidente da República e não um apresentador.

A eleição já acabou?
Guimarães - Acho que não, há espaço para movimentação. A tendência é Bolsonaro vencer, mas a gente não sabe o que pode ocorrer até lá. Pode haver erros. Mudanças de posicionamento. Ou a sociedade pode simplesmente repensar. Mas impressiona a solidez dos votos dos dois, sobretudo do Bolsonaro.

Dá para comparar Bolsonaro com Trump?
Guimarães - Relativamente, já que lá não ocorreu um atentado. Mas há comparação. As fake news são uma característica das duas campanhas. No caso da do Trump, identificadas depois. Aqui ainda não sabemos quem pagou ou quanto custou essa presença. Outra coisa que se assemelha é o fato de os dois serem muito autênticos. Quem tem essa presença autêntica se sobrepõe nas redes sociais.

 

ROGÉRIO GENTILE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (12) que, se eleito, vai ter como meta o desmatamento zero.

29c3351670c9729b6525946a36d9bdcfFoto: Arquivo/Agência Brasil

Ele deu a declaração após participar de uma missa em homenagem à Nossa Senhora Aparecida em uma igreja na Zona Sul de São Paulo.

"Nós vamos punir os especuladores de terra, vamos mirar desmatamento zero com a cobrança de imposto sobre quem especula com a terra", afirmou o candidato.

Ainda no tema do meio ambiente, Haddad disse que vai estimular o aumento da produtividade de terra cultivada e investir parte das reservas cambiais em energias renováveis.

"Vamos aumentar a produtividade alterando uma tabela que é de 1975, que precisa ser alterada, que é de produtividade por hectare, dependendo da cultura que é plantada. E vamos investir pesado 10% das reservas cambiais em energia alternativa: biocombustível, energia eólica e energia solar", completou o candidato.

Ele também se referiu ao Dia das Crianças, comemorado nesta quinta, e falou de propostas para a educação infantil.

"O São Paulo Carinhosa é um programa que pretendemos estender para todo o país. De proteção à criança e à adolescência. Temos uma meta de colocar toda criança a partir de 4 anos na escola. Vamos fazer uma busca ativa das crianças que ainda não estão na escola. Porque é obrigatória a matrícula a partir dos 4 anos", afirmou.

Igreja Católica
Haddad assistiu à missa ao lado da mulher, Ana Estela, e da vice na chapa, Manuela D'Ávila.

A igreja visitada pelo candidato fica no Jardim Ângela, região com um dos maiores índices de violência da capital paulista.

Um levantamento feito por ONGs mostrou que a expectativa de vida no local é de apenas 55 anos, contra 75 da média nacional.

No sermão, o padre disse que é preciso respeitar a vida e que a arma é um instrumento da morte.

Logo depois da missa, Haddad repetiu a mensagem de repúdio à violência, num discurso para a comunidade.

"É impossível nós não concordarmos com que o que está sendo dito. Preservar a vida, combater violência, combater corrupção, preservar o meio ambiente e garantir a democracia. Alguém discorda disso aqui?", disse o candidato.

Ele também se comprometeu a combater o racismo. "Nossa Senhora da Aparecida é uma santa muito importante, porque ela é negra e protetora dos escravos e nós temos também que compreender que nós temos que superar a cultura do racismo, que ainda existe no nosso país", afirmou.

Na quinta-feira (11), ele teve uma reunião em Brasília com representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Questionado sobre a influência da Igreja em seu eventual governo, Haddad disse que assumiu compromissos sobre princípios com os bispos.

"Os princípios que a Igreja Católica colocou são princípios que todas as pessoas valorizam: proteção da vida, proteção do meio ambiente, proteção da democracia, combate à violência", concluiu Haddad.

Fonte: G1

Aos 6 anos, Felipe Rigoni começou a sofrer um longo processo de infecções que resultou em um colapso ótico, com quatro deslocamentos de retina e 17 cirurgias. Nove anos depois, ele estava cego. Hoje, aos 27, ele é o primeiro deficiente visual a ser eleito para o Congresso Nacional - com mais de 84 mil votos. "Na vida, você tem a liberdade de escolher que atitude tomar diante das circunstâncias", disse Rigone.

1a00eae6a5139b9e277b1389499554c5Foto: Facebook

Claro, o otimismo não foi uma reação imediata. "O baque foi brutal", recorda. No começo, Rigone entrou em depressão profunda e engordou 140 quilos. "Eu comecei a contestar o meu valor como pessoa. Por que aquilo estava acontecendo comigo?".

Aos poucos e com a ajuda de familiares e amigos, Rigone foi redescobrindo a própria força e decidiu se dedicar a ser uma pessoa melhor. Primeiro, fez faculdade de Engenharia Mecânica em Ouro Preto, Minas Gerais. "Eu adorava a vida de república em Ouro Preto, de tomar uma cervejinha com os amigos e tudo o mais". Além disso, aprendeu a tocar violão e virou faixa marrom em jiu-jítsu. "Agora que a campanha acabou, vou voltar para o jiu-jítsu", diz.

Mas foi após um curso de coaching em desenvolvimento humano que ele começou a se interessar por política. "Me candidatei a vereador por minha cidade (Linhares, no Espírito Santo), em 2016. Honestamente, foi bom não ter entrado naquela vez. Naquela época, eu seria uma voz sozinha e ainda inexperiente na política. De político despreparado o País está cheio." Depois dessa experiência, ele partiu para um mestrado em políticas públicas em Oxford, na Inglaterra.

Quando voltou da Inglaterra, resolveu tentar de novo. Rigone entrou para o movimento Acredito (renovação na política), foi um dos bolsistas do RenovaBr e líder da Fundação Estudar. "Costumo dizer que não sou muito bom em ser cego. Não uso bengala, não me dei bem com cão guia e não gosto muito de ler em braile. O que eu faço mesmo é viver rodeado de pessoas", afirma.

Depois de eleito, ele conta que já recebeu uma ligação de funcionários da Câmara dos Deputados para saber o que ele iria precisar em termos de acessibilidade para exercer o seu mandato. Por enquanto, o único pedido de Rigone foi, segundo ele, a colocação de sinais táteis no painel de votação e a instalação de um software de leitura nos computadores do seu futuro gabinete.

Eleito pelo PSB capixaba, Rigone promete cortar metade dos cargos que o seu gabinete tem direito e selecionar os funcionários através de um processo seletivo. Ele pretende também atuar pela educação básica e pela igualdade de oportunidade para todos. "Mas o meu trabalho inicial será em prol de uma reforma tributária", diz.

Sobre o segundo turno das eleições presidenciais, o futuro deputado diz que "o Brasil está na pior situação possível". Para ele, nem Fernando Haddad (PT) e nem Jair Bolsonaro (PSL) são as respostas que o País precisa. Rigone garante que não irá anular o voto, mas não pretende declarar em qual dos dois deve votar.

Cego desde os 15 anos, conta que, eventualmente, pede para que algumas pessoas descrevam os políticos com que ele vai lidar. "Mas, na maioria das vezes, eu apenas escuto. Tenho uma habilidade de entender o estado de espírito de quem fala comigo. Sei se está feliz, se está triste, se está mentindo...Não me interesso muito pela parte física, mas muito mais pelo caráter", afirma.

A deficiência visual será uma barreira no Congresso Nacional?

Não. A Câmara é bastante acessível e já me ligaram dizendo da colocação de sinais táteis no painel de votação. Sou uma pessoa bastante sensível. Pela voz das pessoas consigo entender tudo o que está acontecendo ao meu redor.

Quais são suas principais propostas como deputado federal?

O meu trabalho inicial será em prol de uma reforma tributária. Mas também vou atuar pela educação básica e pela inclusão. Acredito em igualdade de oportunidades.

No segundo turno, você pretende votar em Bolsonaro ou Haddad?

Esse foi o pior dos resultados para o Brasil. Não acredito na política de nenhum dos dois. Mas nunca anulei um voto. Vou votar em um deles. Mas meu voto não será declarado.

Fonte: Terra