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Antes de enfrentar o Ceará no último domingo, a diretoria do Fortaleza informou a Federação Cearense de Futebol que desejava uma equipe de arbitragem de fora do Estado.

1f25152ab6c2dd094a372a38f5ee7024Gustagol em ação pelo Fortaleza durante partida do Campeonato - Foto - Gazeta Press

O clube foi atendido, mas acabou criando um problema para si. Os profissionais do apito que trabalham no Ceará decidiram boicotar e não mais apitar jogos da equipe tricolor.

A informação foi dada pelo jornal "O Povo" nesta segunda-feira e confirmada pela reportagem da ESPN com a Associação Profissional dos Árbitros de Futebol do Estado do Ceará (Sindarf-CE).

"O Fortaleza tem todo o direito de solicitar árbitro de outro Estado. Só que na justificativa apresentada pelos dirigentes havia expressões que acabaram afetando a categoria, dizendo que em todos os jogos o clube se sentia prejudicado, que os árbitros do Estado são parciais e por aí vai", disse João Batista Lucas Correia, presidente do Sindarf-CE.

"Os árbitros nunca são vistos como um prestador de serviço, um trabalhador. Mas eles se sentem assim. E uma vez que eles pensem assim é lógico que se perguntam: 'É justo prestar serviço para alguém que diz que eu sou desonesto? É justo prestar serviço para quem diz, ao final do jogo 'tu está me prejudicando?' Será que o trabalhador-árbitro não tem o direito também de se negar a prestar um serviço para quem os acusa?", completou Correia.

No clássico contra o Ceará, o árbitro escalado é filiado a federação da Bahia (Jailson Macedo Freitas). O primeiro assistente é de Minas Gerais (Guilherme Dias Camilo) e o segundo de Goiás (Bruno Raphael Pires).

A escala com árbitros de fora, contudo, acaba por elevar os gastos com arbitragem. Além de arcar com os custos de viagem, hospedagem e deslocamento, o clube mandante tem de pagar uma taxa extra de R$ 10 mil.

O pedido feito pelo Fortaleza referia-se apenas ao clássico contra o Ceará. Mas, se a ira dos árbitros não for contornada, o clube tricolor terá um problema financeiro sério para enfrentar quando for mandante.

"Os clubes, e não só o Fortaleza, têm o direito de solicitar arbitragem de outro Estado em qualquer momento. Isso inclusive está previsto no regulamento geral de competições da CBF. O problema neste caso foi teor do comunicado, as palavras e as acusações. Isso tudo magoou os trabalhadores", insistiu o presidente do sindicato.

Segundo ele, os árbitros são livres para decidirem qual partida querem trabalhar. Não há obrigação. Mas o presidente admite que uma negativa poderá resultar em retaliações da federação/confederação no futuro.

"Não tem jeito. Há pressão indireta para trabalhar, mas o árbitro é livre para escolher", disse Correia.

Na noite desta segunda-feira, a partir das 19h (de Brasília), ocorrerá uma reunião na sede da Federação Ceareanse para tentar resolver o impasse sem maiores consequências.

ÁRBITROS ISENTAM CENI

Os árbitros do Ceará estão irritados com a diretoria do Fortaleza, mas não com o técnico Rogério Ceni. Quem assegurou isso foi o presidente do sindicato de árbitros do Estado. "Ele não teve nenhum comportamento que causou indignação ou revolta dos árbitros. A relação com ele é boa", disse Correia.

"As reclamações dele também foram brandas. No primeiro clássico contra o Ceará, Rogério Ceni só reclamou que, após o jogo ser paralisado para atendimento a um atleta, a partida foi retomada em outro ponto.

E, durante a última semana, ele disse que treinou com nove titulares porque sempre tem um jogador expulso em clássicos. Mas isso teve mais um fato de promover o jogo do que atacar a arbitragem. Não nos deu problema", completou Correia.

Fonte: ESPN