A soma de pessoas desaparecidas em Floriano e região é muito alta. Poderíamos citar, de cabeça uns dez casos, assim rapidinho. Cada um desses casos, gera um turbilhão de sentimentos negativos para os parentes, como angústia, incerteza, sensação de impotência, e até depressão. A Polícia Civil, através do Núcleo de Perícia de Floriano, fez uma campanha de coleta de material genético de parentes de pessoas desaparecidas, com a finalidade de cruzar esses dados com achados cadavéricos, que podem resultar em elucidação de alguns casos. A campanha foi de 05 a 15 de agosto. Se você tem pessoa desaparecida e, por algum motivo não fez a coleta, o Jc24horas tem uma excelente notícia; embora a 'campanha de divulgação e incentivo de coleta' tenha terminado, o serviço de coleta é permanente. Você que ainda não foi, vá. Para maiores informações, o Jc24horas conversou por telefone com o Pedro Victor, Coordenador do Núcleo de Perícia de Floriano:
JC - Pedro, explique aí pra gente esse trabalho de vocês.
PEDRO VICTOR - Na realidade essa é uma campanha do Ministério da Justiça e é um campanha constante. Ela permanece e nós continuamos a disposição da população. Caso algum familiar tenha alguma dúvida, vamos deixar, ao final da reportagem nosso número de telefone funcional, para esclarecer qualquer dúvida. Nós fizemos uma busca ativa durante esse tempo, junto aos últimos Boletins de Ocorrências, as ocorrências dos últimos anos, fizemos contato com os familiares e constatamos que 90% dos casos, conseguiram encontrar o parente desaparecido, a maioria com vida. Reforçamos que estamos a disposição da população, em caso de dúvida... É uma campanha ininterrupta e anualmente nós temos o período de mobilização nacional que é um período de maior divulgação e mobilização midiática.
JC - Pedro, agora eu queria que você se dirigisse àquela pessoa que não fez, que está sabendo mas acha que não tem importância. Qual a diferença pra família que tem um parente desaparecido...a diferença entre fazer esse 'exame' ou deixar de fazer, o que é que muda quando aparece algum cadáver?
PEDRO VICTOR - JC, aproveitando para esclarecer essa dúvida, qual seria a diferença entre participar ou não da campanha, doar ou não o material genético: Quando se tem um ente desaparecido, a família vai lá e intempestivamente registra um boletim na delegacia. Isso é muito comum em Floriano. Sem nenhum rigor estatístico, mas observando a própria mídia, nós temos uma quantidade até relevante de pessoas desaparecidas anualmente em Floriano e região. Depois que a pessoa registra o Boletim de Ocorrência e começam as buscas, como que a campanha pode ajudar? Imagine que o familiar da vítima desaparecida até o Núcleo e colete o material genético. Esse material é processado e lançado num banco nacional de perfis genéticos, onde vai constar toda a informação sobre a família, telefone de contado... Daqui um tipo, uma pessoa é encontrada, por exemplo, no Rio de Janeiro e por algum motivo é feito a coleta de material dela, ela está sem identificação, sem 'paradeiro', No momento em que esse material é lançado no banco nacional, o perfil dessa pessoa vai bater com o perfil da família se tiver feito a coleta. Daí, o Piauí vai ser comunicado e vai buscar fazer contato com essa família, e vai fazer o encontro com esse ente querido no Rio de Janeiro. Isso pode acontecer com ente desaparecido ainda com vida, é o que esperamos; mas também pode acontecer uma situação de terem sido encontrados restos mortais ou cadáver, em algum lugar do Brasil,...e eventualmente pode dar compatibilidade com alguma família. A família vai ser notificada e terá a oportunidade de velar seu ente querido,... então se você tiver nesses dias, um familiar que desapareceu, vá a delegacia, registre o B.O. Não há necessidade de coleta imediata porque às vezes a pessoa some por uns dia e aparece depois.
Confira no vídeo: