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Depois de 15 anos, o professor Maklandel Aquino deixa o PSOL. Em texto divulgado nas redes sociais, Aquino revela que a saída foi motivada por disputas internas da sigla. Segundo ele, há uma disputa de poder entre os grupos que formam o PSOL no Piauí.

psol5Foto:Arquivo/CidadeVerde.com

Maklandel afirma que as disputas no partido são motivadas por “pessoas com graves falhas de caráter”. “Enfim, todas estas práticas nocivas a uma construção partidária não estariam acontecendo no PSOL se em seus quadros não houvesse pessoas com graves falhas de caráter. A organização interna do PSOL obriga a abrigar, proporcionalmente aos votos obtidos em Congresso, todas as forças políticas no órgão de direção partidária. Tal regra impõe uma convivência de militantes honestos com pessoas que não têm nenhum compromisso ético, fato este que impossibilita minha permanência no PSOL”, afirma.

No partido, os grupos disputam para indicar o candidato da sigla a prefeito de Teresina. Até agora, não chegaram a um consenso.

Veja texto de despedida:

Camaradas,
Encerro aqui minha trajetória política de quase 15 anos nas fileiras do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL. Tenho a honra de ter contribuído com este Partido que possui uma bancada de deputados federais que nos dá muito orgulho. No Piauí conseguimos dar uma estrutura mínima a este Partido e uma visibilidade nunca antes conquistada, a exemplo da nossa eleição de governador do Estado do Piauí em 2014 que obtivemos mais de 22 mil votos, maior votação dos candidatos a governador pelo PSOL no Piauí. Isso não teria sido possível sem o apoio de valiosos camaradas do PSOL a quem tenho imensa gratidão.

O PSOL no país inteiro tem problemas internos no que diz respeito às relações entre os agrupamento políticos internos, mas, no Piauí, infelizmente, isso ultrapassa a simples problemas de relações.

A frase de Abraham Lincoln, “Quer conhecer o caráter de uma pessoa? Dê a ela poder!” foi marcante nos últimos anos de PSOL! O mais lamentável, chegando a provocar asco, é que isso acontece em uma estrutura de poder quase que insignificante. Fico a imaginar como seria em outras situações!

Fazer política em um partido como o PSOL exige no mínimo uma postura ética que, normalmente, não se encontra nos partidos tradicionais. Essa postura ética passa por um comportamento militante que não permite certos patrulhamentos ideológicos, principalmente, quando este tipo de prática vem de pseudomilitantes que é incapaz de olhar para seu próprio rastro. Não é possível que militantes utilizem a prática de crimes contra a honra das pessoas como arma política nas disputas internas.

Postura ética, exigida, também, para se ter honestidade política de respeitar as regras partidárias, democraticamente construídas, como o Estatuto partidário e as decisões de maioria nas instâncias do Partido.

Nos últimos anos presenciamos inúmeros desrespeitos ao Estatuto partidário, como os expostos a seguir:

1 - Foi desrespeitado o direito da corrente majoritária, direito este atribuído pelo Congresso Estadual do Partido, sob o cargo de presidente escolhido quando da composição do diretório conforme o artigo 37, §2º inciso I do Estatuto Partidário;

2 – Foi desrespeitada a proporcionalidade na distribuição dos cargos definidos às correntes internas pela votação do último congresso estadual, conforme artigo 37, §1º do Estatuto Partidário;

3 – Segundo o artigo 31 do Estatuto partidário o órgão supremo do Partido é o seu Congresso, e este foi desrespeitado por duas vezes: 1- quando violado o direito da TLS de indicar o cargo de presidente e ter este cargo sob sua indicação até o congresso seguinte; 2- e quando violada a proporcionalidade na composição do Diretório Estadual, estabelecida no último Congresso Estadual.

4 – Foi requerido o registro do Diretório Municipal de Teresina no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias do TSE (SGIP3) com base no artigo 110, parágrafo primeiro do Estatuto partidário e o mesmo não foi efetivado, violando o artigo supracitado. Além de não ter sido feito o registro, uma corrente minoritária força a convocação de um congresso sem legitimidade, portanto, de forma golpista.

5 – O artigo 44, inciso I, b do Estatuto partidário é desrespeitado quando a decisão da maioria nas instâncias partidárias não é respeitada. Foi requerido o registro do Diretório Municipal de Teresina no sistema SGIP3 e por má fé não foi realizado;

6 – Diante de tantos abusos, de uma minoria golpista, e inúmeras violações estatutárias, foi encaminhada ao Diretório Nacional uma representação, com base nos artigos 12, 13 e 44, I, b do Estatuto partidário, à Comissão de Ética e nada foi decidido até agora, tornando estes artigos letra morta no Estatuto partidário.

7 – Foi requerido por uma corrente minoritária, por conveniência política e ato eminentemente golpista, a impugnação de uma filiação 3 meses após o registro, quando o Estatuto partidário prevê esta possibilidade apenas nos 30 dias após a filiação, conforme artigo 9º, parágrafo 1º do Estatuto. Mesmo assim, o requerimento foi acatado pela Executiva Nacional, sem o respeito ao devido processo legal e sem o direito do contraditório e da ampla defesa. No dia 26 de março a Executiva Nacional se reúne novamente e volta a debater o assunto, no lugar de decretar a nulidade do pedido de impugnação da filiação com base no artigo supracitado, suspende os efeitos da decisão anterior e encaminha a decisão final para o Diretório Nacional.

Não temos como permanecer em um Partido que desrespeita seu regramento interno, quando uma pessoa se filia a um Partido ela se compromete a cumprir o Estatuto e defender seu Programa. É eticamente incompatível, internamente não cumprir o regramento de um Partido e, externamente, propor posturas diferentes das que são praticadas pelos políticos tradicionais, que contribuem para destruição do conceito de Política. Não temos como compartilhar sonhos, nos irmanarmos nas lutas de nosso povo, se o princípio básico para se fazer política se perdeu, a confiança.

Enfim, todas estas práticas nocivas a uma construção partidária não estariam acontecendo no PSOL se em seus quadros não houvesse pessoas com graves falhas de caráter. A organização interna do PSOL obriga a abrigar, proporcionalmente aos votos obtidos em Congresso, todas as forças políticas no órgão de direção partidária. Tal regra impõe uma convivência de militantes honestos com pessoas que não têm nenhum compromisso ético, fato este que impossibilita minha permanência no PSOL.

Essa experiência partidária, apesar dos pesares, não destruiu minha esperança e desejo de lutar por um mundo justo, fraterno e solidário, mesmo porque, nestes anos de PSOL, conheci verdadeiros lutadores do povo, pessoas que honram o Partido, e fiz muitos amigos no Piauí e no país inteiro.

Saio do Partido, mas não abandono as lutas! Aos amigos de todas as lutas, nos encontraremos nas trincheiras! Continuaremos erguendo as mesmas bandeiras!
Luta que segue!

Abraços
Maklandel Aquino

 

Fonte:cidadeverde.com