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O PSDB tem um plano especial para a convenção nacional do próximo dia 9. Nada a ver com um documento bombástico que encante o eleitor, tampouco uma estratégia mirabolante que atraia a atenção das demais siglas. Menos ainda uma entrada triunfal e contagiante do sempre contido Geraldo Alckmin. O grande plano do PSDB é tirar os holofotes do senador Aécio Neves (MG), o homem que até a data ainda terá o título de presidente do partido. Pode ser uma boa tentativa, no sentido de afastar o peso do desgaste do senador. Mas pode ser muito tarde – e sem efeito.

Aecio 01

O PSDB vem acumulando desgaste populares há bastante tempo, mas nada que se compare ao pós-delação da JBS. Desde 17 de maio, quando vieram a público as gravações da delação dos irmãos Batistas, criou-se uma situação muito desgastante para o presidente Michel Temer e o senador mineiro, os domes no centro do furacão.

O episódio causou duplo desgaste aos tucanos.

Primeiro foi a decisão de manter Aécio no comando da sigla. O máximo de reação que o partido conseguiu esboçar foi a saída (de efeito duvidoso) que transformou Aécio de presidente em presidente licenciado. O problema é que o senador continuou falando pelo partido. Articulando em nome do partido. E afiançando a relação dos tucanos com o governo Michel Temer – o outro gesto gerador de enorme desgaste.

No dia seguinte à revelação das gravações dos donos da JBS, o senador Tasso Jereissati se articulou para promover o rompimento dos tucanos com o governo Temer. Não conseguiu: foi engolido pelo fisiologismo da fatia do partido – o grupo de Aécio e outros mais – que nem pensava em arredar dos cargos públicos. Com isso, e também por não fazer nada com seu enlameado presidente, jogou no lixo o discurso da ética. E ganhou o selo de fisiologista.

A “grande estratégia” de esconder Aécio na convenção é um esforço para reposicionar a sigla. Mas não vai ser fácil. O desgaste é enorme, tanto que as críticas à conduta do partido são ouvidas cada vez mais claras dentro do próprio tucanato, e não só entre os chamados “cabeças preta” – a turma jovem que pede um partido mais horizontal e menos apegado a cargos.

Para completar, estrelas do partidos seguem discutindo em público sobre sair ou ficar no governo. Isto quando o próprio governo anuncia já não contar com os tucanos.

To be or not to be…
Os tucanos vivem um drama shakespeariano: ser ou não ser governo. E trazem junto um drama de identidade que passa fatura. O drama é antigo mas é realimentado a cada nova crise. Ontem, por exemplo.

Questionado sobre o que espera do PSDB na votação da Reforma da Previdência, o ministro da Casa Civil da Presidência da República, Elizeu Padilha, esticou a corda: disse não esperar nada. E não espera porque o governo já não conta com o PSDB na base.

A declaração de Padilha é coerente com a manifestação de lideranças tucanas como o próprio governador Geraldo Alckmin, que vê o partido fora do governo. Mas o ministro das Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), tratou se reafirmar o dilema: “O PSDB não rompeu com o governo”, apressou-se em informar.

O drama shakespeariano segue. O eleitor cada vez entende menos que partido é o PSDB.

 

Fonte:cidadeverde.com